24 de maio de 2022
Os elevados índices de acidentes por desmoronamento de encostas denotam a seriedade com que o assunto deve ser discutido, principalmente no Brasil, por possuir solos acidentados e propícios a calamidades em períodos chuvosos, por exemplo. Os túneis e as rodovias, pela falta da estrutura de apoio, acabam sofrendo com isso também, podendo acarretar graves acidentes. No mais, muitas obras demandam que sejam feitos cortes no terreno por conta de irregularidades ou demandas específicas de projeto, ocasionando a diferença de níveis, o tornando propício a riscos de deslizamento.
Para resolução desses problemas existem formas de realizar a contenção, embora não sigam um padrão pré-determinado, uma vez que há variações entre projetos, em acordo com as especificidades de cada.
Neste artigo, apresentaremos algumas técnicas de contenção de encostas e taludes.
Também conhecidos como muros de arrimo, sua principal característica é a utilização do próprio peso para assentar a estabilidade de um talude. São desenvolvidos com o uso de diferentes tipos de materias, tais como:
É um dos muros de arrimo mais comuns, seu funcionamento é similar ao muro de concreto armado. Ele é formado por uma parede de alvenaria armada assentada com argamassa de cimento e areia, apoiada em uma base de concreto enterrado. A utilização é recomendada para alturas inferiores a 2,00m. O espaçamento da armação, a drenagem e as juntas estruturais devem ser bem definidas para que não ocorram problemas posteriores por não serem flexíveis.
Indicados para terrenos com baixa capacidade de carga, suas principais características são: flexibilidade, resistência e permeabilidade elevadas. Sua flexibilidade possibilita as deformações diferenciais do retroaterro e do terreno de fundação do muro; sua resistência se dá por conta do peso dos gabiões e do coeficiente de atrito dos blocos de rocha sã̃; e sua permeabilidade, por conta da granulometria uniforme dos blocos, que garantem a drenagem da encosta e ausência de empuxo hidrostático no tardoz do muro. É comumente utilizado para a contenção de taludes, aterros, estabilização de margens de córregos, construção de diques e barragens;
Também chamado de muro gaiola, é utilizado para contenção de aterros e taludes. Produzido com peças pré-moldadas de metal, madeira ou concreto, colocadas em duas direções ortogonais, com ângulos de 90°. Suas peças são parafusadas ou encaixadas e, assim, figuram estruturas que podem ser preenchidas com pedras ou solo compactado. Por ter sua estrutura pré-moldada, sua construção é bastante rápida e não requer manutenção;
Conhecido como Rip-rap, é feito com sacos de ráfia preenchidos com uma mistura de solo, cimento e água. São indicados para solos que apresentam baixa capacidade de carga, já que a sua estrutura é flexível, assim como para recomposição de taludes degradados por erosão. Ou seja, bastante usado em áreas arenosas e sujeitas à erosão intensa.
E não podemos deixar de comentar sobre a técnica de Hidrossemeadura, que é a revegetação da superfície exposta de taludes e encostas, evitando a erosão superficial. Constituída de composto contendo mix de sementes, adubos, corretivos, adesivos, mulch orgânico e água. A cobertura aplicada promove o sombreamento do talude jateado pelo processo de hidrossemeadura, evitando a evaporação excessiva da água do solo e fornecendo material orgânico para solos pobres ou extremamente pobres. Ela tem um baixo custo para implantação da cobertura. Também oferece:
Para se estruturar um morro, encosta ou talude, é necessário criar condições de estabilidade. Isso só é viável quando a encosta é tratada como um todo, combinando soluções de retaludamento, proteção superficial de materiais naturais e artificiais, drenagem correta, além das obras estruturais de contenção. Portanto, é fundamental sempre consultar uma empresa qualificada para executar os projetos de engenharia detalhada, planejamento e operação, visando os fatores de segurança, produtividade e preservação ao meio ambiente.